ALBERTO MENDES JÚNIOR
Nasceu
aos 24 de janeiro de 1947, nesta capital, era filho de Alberto Mendes e Dona
Angelina Plácido Mendes.
Desde cedo o garoto Alberto manifestava o seu
desejo de ingressar a Corporação, da qual, pela voz de seus tios,
só bem ouvia falar, fazendo crescer em tamanho e idade aquele ideal em
sua mente.
O convívio sadio da família plasmou-lhe o caráter
firme e a excelente formação moral.
Filho extremoso, só
deu aos seus pais alegrias e satisfação.
Manteve sempre apego
à família, "Célula Mater" de toda uma Nação.
Ao terminar o ginásio, pôde realizar o sonho de criança,
entrar para a Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Em 15 de
fevereiro de 1965 foi alistado nas fileiras da Corporação, por
haver sido aprovado em todos os exames e conseguindo classificar-se no concurso
para ingresso no Curso Preparatório de Formação de Oficiais.
Quatro anos e dois meses após, concluído o Curso de Formação
de Oficiais , e, em 21 de abril de 1969, por estranha coincidência, dia
e mês em que Tiradentes foi enforcado, foi declarado Aspirante a Oficial,
possuindo 22 anos de idade.
Em 02 de julho de 1969, foi apresentado ao 15º
BP, lá classificado por efeito de promoção. Em 15 de novembro
de 1969 foi promovido por merecimento intelectual ao posto de 2º Tenente,
permanecendo naquela Unidade.
Em 06 de fevereiro de 1970, foi apresentado ao
1º BP “TOBIAS DE AGUIAR”, uma vez ter sido transferido por
conveniência do serviço, através de publicação
inserta no Boletim Geral Nº 25, de 25 de fevereiro de 1970. Logo quando
da sua chegada, já se entrosou perfeitamente ao convívio de seus
novos companheiros.
De espírito jovial e alegre captou desde o começo
a amizade de todos aqueles com que teve a oportunidade de privar.
Era o alegre
"PORTUGUÊS", como era chamado por seus colegas, sempre sorridente,
dedicava-se com denodo esforço ao serviço, desempenhando sempre
com galhardia as missões que lhe eram confiadas.
Em fins de abril de
1970 era descoberto um foco de terroristas no Litoral Sul.
Tropas do Exército
Brasileiro, da Força Aérea, Marinha e Polícia Militar do
Estado de São Paulo, deslocaram-se para aquela região.
Foi o 1º
BP "TOBIAS DE AGUIAR" designado pelo Comando Geral da Polícia
Militar, para prestar apoio à Tropa da Companhia Independente com sede
na Cidade de Registro.
Para lá seguiu o Tenente MENDES no comando de
um pelotão, juntamente a outro efetivo comandado por outro Oficial, todos
sob comando do Capitão Carlos de Carvalho.
Após uma semana naquela
cidade, recebeu o Capitão ordens para regressar com um dos pelotões
para São Paulo, deixando em Registro apenas um, comandado por um dos
Oficiais.
Não houve escolha, pois o Tenente MENDES apresentou-se e solicitou
para que permanecesse, demonstrando mais uma vez sua dedicação
ao serviço.
Na noite de 08 de maio de 1970, aproximadamente às
21:00h, os terroristas atacaram de surpresa um dos postos da Guarda que era
feita por homens pertencentes ao pelotão, localizado próximo a
Sete Barras.
Tomando conhecimento do fato, o Oficial dirigiu-se ao local para
prestar socorros aos seus comandados, porém, mal sabia que caminhava
para uma emboscada que havia sido preparada pelos terroristas.
Prendendo oito
(08) integrantes do pelotão, eles aguardavam a sua chegada.
Emboscado,
com inferioridade em homens e armas, estando cercado por todos os lados, foi
atirado aquele jovem num dilema: ou cessavam o fogo, ou entregava-se sozinho,
ou morreriam todos.
Evitando o sacrifício dos seus comandados, falou
mais alto o espírito de herói; entregava-se o Oficial para salvar
a vida de seus comandados, porque era um líder; entregava-se por que
era perfeito chefe cônscio de suas responsabilidades.
Depois de morto,
em maio, seu corpo foi apenas encontrado em 09 de setembro do mesmo ano, através
de longas buscas levadas a efeito por indicações de um dos terroristas
preso.
Foi velado na sede do Batalhão "TOBIAS DE AGUIAR", seguindo
seu enterro para o Cemitério do Araça, onde calculou-se o acompanhamento
de aproximadamente 100 (cem) mil pessoas, entre militares, comerciantes e industriais.
COMUNICAÇÃO SOCIAL DA POLÍCIA MILITAR