A FORÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO

Secretaria da Segurança Pública

Equitação - A preparação física do cavaleiro


Autor

Jorge Augusto Rêgo


Sinopse

É importante ressaltar que não houve, neste livro, a pretensão de fornecer fórmulas mágicas para resolver os diversos problemas de natureza física e orgânica decorrentes da prática da equitação, seja ela utilitária, competitiva ou de simples lazer. Na verdade, o que se procurou demonstrar é que os exercícios físicos preparatórios, executados antes de montar a cavalo, permitem que o cavaleiro tenha melhor desempenho e evite a ocorrência de vários tipos de lesões, algumas graves, decorrentes da falta de um trabalho de preparação física adequada.

Assim procedendo, foi percorrida uma trajetória que envolveu duas etapas. A da literatura forneceu o embasamento teórico; a da reflexão levou à constatação da inexistência de trabalho específico e atualizado para o condicionamento físico do cavaleiro.

A preparação de ambos os atletas - cavalo e cavaleiro - tem sido heterogênea, pois tem se valido do enfoque quase exclusivo que é dado ao cavalo; ou, ainda, do pressuposto de que o cavaleiro já tivesse o condicionamento físico necessário.

Na equitação - e dos estudos que ajudaram a consolidar este texto - tornou-se evidente a necessidade de se avaliar, em detalhes, a solicitação motora exigida do atleta no decorrer da prática desportiva. Dessa forma, a análise do trabalho muscular do ginete e da movimentação espacial de seu corpo, em seus diversos segmentos, foi de vital importância à adequação e à estruturação dos exercícios físicos específicos propostos.

Demais, não se podem ignorar alguns itens importantes. Primeiro, que quanto melhor o nível de coordenação motora tanto mais fácil e precisa será a realização do movimento, minimizando, conseqüentemente, o esforço e o consumo energético, que se traduzirá no baixo nível de fadiga e na redução das lesões.

Segundo, que se pode desenvolver a flexibilidade, tornando-a apropriada à modalidade desportiva, respeitando as limitações antropométricas do cavaleiro. Terceiro, que a força muscular pode ser trabalhada, para a aquisição de resistência orgânica adequada às diferentes solicitações impostas aos segmentos corporais, ampliando-se a faculdade de vencer a fadiga. Por último, que o equilíbrio dinâmico leva em conta as posições preparatórias para movimentos variáveis, uma vez que, embora o cavaleiro tenha relativa estabilidade, estará montado sobre outro corpo em movimento que alterará constantemente seu equilíbrio.

Logo, ao formular as propostas, o objetivo foi fornecer recursos auxiliares de alongamento, musculação e aeróbicos que ajudassem não só o cavaleiro a superar os problemas das limitações orgânicas e emocionais, mas também diminuíssem o nível de fadiga, e, em decorrência, as lesões físicas, aprimorando seu desempenho esportivo.

Com a busca e a evolução de técnicas relacionadas com desempenho desportivo, as metas deixaram de depender exclusivamente da dedicação dos atletas e passaram a se aliar ao desenvolvimento tecnológico e científico. Assim, a utilização de todos os recursos disponíveis será decisiva para que se cruze a linha tênue que separa o gênio do medíocre, e para que se atinja o conceito da equitação em sua plenitude: arte e exercício.

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